A partida parecia controlada, a vitória do Flamengo encaminhada com os dois gols marcados antes da metade do segundo tempo. Mas ao acionar mais insistentemente, a partir da saída de bola sempre pelo lado esquerdo, o veloz Michael, o Goiás começou a construir sua reação. Principalmente depois que ficou com um homem a mais devido à expulsão do goleiro César. As jogadas eram feitas insistentemente em cima do ponto mais fraco da defesa do time carioca: a lateral-direita, onde nesta noite estava Rodinei.
Em cima dele o esperto camisa 11 esmeraldino fez a jogada do primeiro gol, cruzando para Rafael “He-Man” Moura se antecipar a Pablo Marí e marcar mais um gol sobre os rubro-negros, rotina em sua carreira. Também por ali o próprio Michael mandou às redes, já nos acréscimos, para empatar em 2 a 2. É fato que o fraco árbitro Ricardo Marques Ribeiro deixou de dar falta do camisa 9 da equipe goiana em Filipe Luís, na origem do lance. Mas isso não tira o peso da má participação de Rodinei.
Foram inúmeras jogadas forçadas em cima do lateral substituto de Rafinha na segunda metade da etapa final. E por ali tudo deu certo para o Goiás. Estratégia óbvia e eficiente ante a vulnerabilidade no setor do camisa 2 rubro-negro. E entre os gols houve um lance absolutamente patético, quando Rodinei tentou, sem sucesso, dominar a bola, ela ficou com Michael, que avançou e chutou com perigo, a bola bateu na rede, mas pelo lado de fora.
Atuações como a do lateral-direito e de Piris da Motta, invariavelmente muito abaixo do nível de seus companheiros, explicam em parte porque Jorge Jesus pouca tão poucos jogadores. Não é só um estilo do treinador português, mas a evidente, e justificável, falta de confiança nos reservas, alguns incapazes de executar as missões a eles destinadas no nível pretendido e que o time do Flamengo é capaz de jogar, como já demonstrou diversas vezes.
Por Mauro Cezar