No final de 2018, o elenco do Corinthians era inegavelmente fraco. Na torcida e até na imprensa, não faltaram os que clamavam por reforços, contratações, em geral com base na clássica frase dessas horas: “O clube não pode ter um time desses”. Ou então, “a torcida não vai aceitar mais um ano assim”.
Na prática, cabe ao torcedor aceitar quando o clube não tem condições financeiras para ir além. E quando não há dinheiro, sim, clube grande pode ter elenco fraco, ora. Por conta dessas superadas “máximas” do esporte bretão, dirigentes ganham uma espécie de licença para fazer loucuras, ampliando dívidas, afundando as agremiações.
Como o Blog do Perrone informou há 15 dias, “o alvinegro vai terminar 2019 com déficit de R$ 144.879.000”. Um rombo significativo para o clube que, incluíndo nas contas seu estádio, tem a maior dívida do futebol brasileiro. Mesmo vivendo momento delicado na sua contabilidade, o Corinthians segue presente no noticiário de mercado dessa época do ano.
Verdade, saíram Júnior Urso e Clayson, mas chegará Luan, por €5 milhões (aproximadamente R$ 22,5 milhões) por 50% dos direitos econômicos, como também foi detalhado pelo Blog do Perrone. Isso depois de duas fracas temporadas do ex-gremista. Uma aposta, das mais caras, ainda mais para quem deve tanto.
Curioso que ao invés de questionar esses investimentos e tentativas de contratações (o badalado Michael, do Goiás, Cantillo e Dodô), mais e mais pessoas, em diferentes papéis, peçam, reivindiquem, cobrem novos bons jogadores para o Corinthians. Não seria mais lógico apertar o cinto até as finanças se equilibrarem?
Remédio amargo não quer. Mesmo depois do que houve com o Cruzeiro.
Por Mauro Cezar Pereira