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É saúde!

Numa semana que o debate sobre a Superliga fez pensar sobre o mérito esportivo, as semifinais da Copa do Nordeste escancararam, no Brasil, como é possível mudar o destino de competições. Assim como a Inglaterra tinha os sexto campeonato no ranking da Uefa, em 1999, e se tornou o melhor torneio nacional do planeta, o estado do Ceará virou a capital brasileira do futebol no sábado.

A pergunta era: onde está Pernambuco? Com dois times cearenses e dois baianos na disputa, repare como o Brasil boleiro mudou em dez anos. Não tem Sport, Santa Cruz, nem Náutico. Mas todo mundo sabe como é difícil jogar contra Ceará e Fortaleza.

Outra observação. Durante todo o sábado, não se falou sobre a final da Taça Guanabara no Rio de Janeiro. Não havia camisas do Flamengo chamando a atenção, como num dia de decisão. Ah, sim, o jogo era contra o Volta Redonda. Comparar a falta de emoção da Taça Guanabara com o que houve em Fortaleza, mesmo com lockdown, evidencia como se trabalhou para construir um torneio e como se destruiu outro.

Não faz muito tempo, a Taça Guanabara era uma festa. Mesmo irrelevante, lotava o Maracanã, espalhava comentários pela cidade. No sábado, muita gente não sabia que era dia decisivo. “Aqui, indo aos supermercados, muitas camisas de Ceará e Fortaleza e as pessoas falam sobre isso”, disse o assessor do Ceará, Bruno Reis, questionado sobre como estava o clima na capital cearense.

Não havia torcida, mas havia emoção pela cidade. O Ceará foi, por um dia, a capital brasileira do futebol, mesmo que o Sul e o Sudeste não tenham prestado atenção a isto.

Ceará e Bahia farão a decisão da Copa do Nordeste pelo segundo ano seguido. Importa pouco se o Ceará será bicampeão ou se o Tricolor de Aço voltará a ter a supremacia. A Copa do Nordeste mostra, outra vez, que o único lugar onde sucesso vem antes de trabalho é no dicionário.

Se foi possível fazer da Copa do Nordeste o torneio mais importante do país num final de semana, é possível recuperar o futebol do Brasil. É uma vergonha para a CBF, para as federações e para os clubes que o país fale mais de Big Brother do que de futebol num domingo de decisões pelo país.

Por PVC (globoesporte.com)

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