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É saúde!

 

Tite está, enfim, tranquilo após mais um passo adiante na Rússia. Mais que isso, conseguiu dar sua cara a uma seleção que oscilou durante a primeira fase e demorou a reencontrar a identidade na Copa do Mundo.

A vitória por 2 a 0 sobre o México na última segunda-feira (2), garantindo vaga nas quartas de final, confirmou a evolução de um treinador que superou o nervosismo de um estreante em Copas. Assim como seu time, Tite superou os erros do começo do torneio para convencer o mundo do futebol ao bater o colombiano Juan Carlos Osório.

Contra a Suíça, na primeira partida, ansiedade, uma certa falta de convicção nas decisões e um tropeço – empate por 1 a 1. No jogo seguinte, mais nervosismo e uma vitória por 2 a 0 contra a Costa Rica que só chegou nos minutos finais. Contra a Sérvia, fechando o grupo E, o risco de poder ser eliminado aumentou a pressão. A vitória – 2 a 0 – veio, bem como a vaga, mas ainda faltava uma atuação para chamar de “sua”.

Até que veio a vitória sobre o México. Mesmo sofrida, a partida da última segunda-feira teve a assinatura de Tite, com suas apostas se destacando e as alterações do segundo tempo decidindo um duelo nervoso. Apagado nos três primeiros jogos e nos 45 minutos iniciais do jogo das oitavas, Willian mostrou que a insistência do chefe poderia dar certo. Foi dele a jogada para o primeiro gol, de Neymar, além de boas investidas ofensivas.

“É normal. Início de Copa, tensão, tudo junta ali. Fomos crescendo na Copa, amadurecendo, evoluindo, e o professor também. Tudo com ele. Estamos bem, confiantes. Queremos ainda mais”, comentou o meia, favorecido por uma troca de esquema tático efetuada por Tite, que armou o time em um 4-4-2 após o intervalo.

Na segunda etapa, outro nome questionado também provou seu valor para dar razão a Tite. Mesmo sem gols, Gabriel Jesus teve participação tática fundamental na defesa e ajudou, pela esquerda, a neutralizar o veloz ataque mexicano.

Também depois do intervalo, as intervenções definitivas para deixar sua marca na vitória. No duelo com Osório, bloqueou o mexicano. Primeiro sacou Paulinho para a entrada de Fernandinho. Na sequência, lançou mão de Roberto Firmino para descansar Philippe Coutinho – e permitir Jesus recuado ajudando na marcação.

Foi a senha para forçar o erro mexicano e ainda encontrar o caminho para o segundo gol, carimbando a vitória e a vaga nas quartas de final. Fernandinho antecipou um lançamento adversário e abriu a bola para Neymar na esquerda. O atacante entrou na área e encontrou Firmino sozinho dentro da área para empurrar para o fundo da rede. As decisões de Tite, enfim, se mostravam completamente eficientes.

“O nível que atingimos é para quartas de final agora. E vamos tentar consolidar e crescer. Não me atenho a favoritismo ou nomes. Nossa expectativa era crescer. Vamos assim”, avaliou o treinador, evitando qualquer empolgação com a notada evolução do time.

O padrão Tite também pode ser notado sem a bola rolando. O Brasil nervoso e que reclamou demais no primeiro jogo, especialmente Neymar, já não é mais visto. A tranquilidade pedida pelo treinador pode ser verificada pelos jogadores nos momentos mais conturbados em campo. Contra o México, o camisa 10 foi alvo de um pisão, acabou novamente caçado em campo e nem assim a equipe perdeu a cabeça em contatos com a arbitragem.

O senso de equipe e colaboração também é reforçado na comissão técnica. Nas últimas entrevistas, Tite apareceu sempre com um auxiliar e um terceiro membro da comissão técnica – como o preparador físico Fábio Mahseredjian, no domingo, véspera do jogo com o México. Os auxiliares Sylvinho e Cleber Xavier também são figurinhas repetidas nos papos com jornalistas. É o “senso de grupo”, defendido com unhas e dentes pelo treinador, que é repassado também aos jogadores.

Ao longo da primeira fase, por exemplo, Philippe Coutinho recusou-se algumas vezes a exaltar o próprio desempenho pessoal, assim como a defesa destacou a participação de todos no sistema de marcação. Depois do grande jogo contra o México, foi a vez de Neymar “fugir” dos holofotes. “Não quero que seja a Copa do Neymar, quero que seja do Brasil. Coletivo é muito mais importante que o individual. Fico feliz de fazer parte desse grupo, que vai chegar muito longe”, disse o camisa 10. 

Aos poucos, Tite mostra na Copa do Mundo o rosto da seleção que dominou as Eliminatórias, convenceu em amistosos e assumiu o status de favorita na Copa do Mundo. O próximo desafio para confirmar o novo momento é na sexta-feira, contra a Bélgica, em Kazan, valendo vaga na semifinal do Mundial.

Por Uol

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